domingo, 9 de março de 2014

Capítulo 14 - Roubo

   Todos que estavam por perto recuaram, cobrindo seus olhos da poeira. Os Pokémons em batalha foram jogados para longe, mas por sorte não sofreram muitos danos. Nate conseguiu segurar seu boné no ar.
   Quando a cortina baixou, puderam ver quem tinha causado toda aquela bagunça. Havia um Scyter ali, e montado nele, um rapaz de cabelos roxos com um sorriso infantil estampado no rosto. Olhando para seu rosto, dava a impressão de que era uma criança. Porém, lembrando de sua forte coleção de Pokémons do tipo inseto, sua experiência e sua inteligência, dava pra entender como ele podia ser um líder de ginásio.
   – Desculpe, pessoal! Nós temos que treinar essa parte do pouso...
   O rapaz riu, sem graça. Os outros ainda tentavam se recuperar do susto.
   – B-Bugsy...?
   – Nate! Como vai você, caro gafanhoto? Ainda com essa insectofobia boba?
   Falando desse jeito, ele não parecia tão infantil assim.
   – Que nada! Já superei isso.
   – Jura?! Como?
   – Bem, não faz muito tempo...
   – Fala sério! – Gritou Kyle. – Estamos no meio de uma batalha!
   Bugsy olhou em volta. Viu um Quilava se aproximando de Nate e uma Vulpix se sentando ao lado de Kyle. Ambos os Pokémons tinham ferimentos de batalha e estavam sujos de poeira.
   – Ah...! Sinto muito. Vou deixar vocês batalharem em paz.
  Kyle cruzou os braços, impaciente. Nate olhou para Leon, que apenas subiu em seu ombro e grunhiu, não se incomodando com a interrupção da batalha.
   – Acho que o Leon está meio cansado... Podemos continuar outro dia? – Pediu Nate.
    – O quê?! Mas que... – Antes que Kyle pudesse terminar de falar, sua Vulpix se esfregou nele e grunhiu, como se pedisse por um descanso. Frustrado, o rapaz a retornou para a Pokébola. – Que seja! Mas isso não vai ficar assim! Me aguarde no ginásio, Bugsy, porque logo, logo eu vou queimar seus insetos!
   Então ele se virou e puxou Sarah pelo braço. A garota acenou para os outros e se soltou, ainda seguindo Kyle.
   – Que estresse – disse o líder.
   Nate riu. Não estava muito surpreso com a reação de Kyle, sua maior surpresa fora Leon. Não só pela sua evolução de seu inicial, como também pela decisão de encerrar a batalha. Leon era o Pokémon mais animado para batalhas em seu time. Talvez ele tivesse aceitado o empate para restaurar as energias para a batalha de ginásio, o que mostraria seu crescimento.
   – Então, é a nossa vez! – Empolgou-se Cris. – Tony, Oliver,vamos?
   Algo apitou. Anthony tirou o celular do bolso, checando de quem era a chamada.
   – Um minuto, sim?
   O rapaz se afastou para atender. Pouco depois, voltou para perto do grupo.
   – Desculpe, pessoal. Emergência no quartel, estão me chamando de volta para Blackthorn. Algum de vocês ainda pode batalhar contra Oliver.
   – Não, valeu – recusou o loiro. – Eu tava animado pra fazer uma dupla com você, mano.
   Tony riu de leve.
   – Outro dia, carinha.
   Depois de se despedir de todos, o rapaz se virou e caminhou em direção à saída, onde havia deixado seu jipe. Sua ausência era um alívio para Bugsy. Se ele estava se afastando do grupo, então provavelmente não era um dos Escolhidos. Assim, só restavam Nate, o ruivo, a azulada, a garota de chapelão de branco, o loiro, e aqueles dois que tinham acabado de se afastar também. Eles não pareciam ser muito próximos dos outros, o que diminuía as chances de serem Escolhidos.
   – Nate, Lyra!
   Os jovens olharam para trás. Um rapaz de cabelos brancos e com cachecol vermelho, acompanhado de um Aipom, corria na direção do grupo.
   – Wess! – Lyra acenou. – Até que enfim você chegou!
   – Você ficou bem atrasado, hein? A última vez que a gente se viu foi... Perto de New Bark – lembrou Nate. – Pensei que você ia nos alcançar logo.
   – É que eu e o Aipom fizemos várias paradas para treinar e capturar novos Pokémons – respondeu o albino. – Além disso, tivemos que esperar até providenciarem uma lancha para nos levarem para o outro lado da Union Cave... Quando foi que ela desabou?
   – Como assim?! – Gritou Cris. – Você não viu nos noticiários? Tem toda uma história por trás desse desabamento! O mundo conhece essa história, menos você, seu lesado!
   – Nossa, Cris! Senti saudades também – debochou Wess. – Meses sem nos ver e você vem cheia de grosseria...
   A azulada riu.
   – Sabe que eu te adoro, né?
   Wess também riu.
   – Eu sei, palhaça. Mas sério, o que aconteceu?
   – Vamos lá pro Centro Pokémon que eu te conto a história – disse Nate, antes de se virar para o líder. – Até mais, Bugsy!
   Bugsy acenou, e esperou os jovens se afastarem para soltar um suspiro. Mais um candidato...
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   – Então vocês salvaram ele – Wess apontou para Oliver – e conseguiram sair da caverna ilesos antes dela desmoronar?
   – A maior aventura de todas – enfatizou Nate. – Não acredito que você ainda não tinha ouvido falar!
   – Acho que passei tanto tempo treinando que me desliguei do mundo. Diga, Nate, como está a sua equipe?
   – Eu tenho só três, mas eles são os melhores – respondeu Nate, cheio de orgulho. – Leon acabou de evoluir para Quilava, e também tenho um Geodude chamado Gravel e um Hoothoot chamado Ícaro!
   Só então Wess percebeu o Quilava descansando no ombro de seu dono. Cris tinha razão: ele era bem lesado.
   – Legal... Além do Aipom, eu tenho um Weedle, um Rattata e um Ekans. E também consegui uma coisa muito legal.
   O garoto tirou do bolso um medalhão dourado com algumas faíscas penduradas ao seu redor, pendurado em um colar. Lyra logo o pegou para analisá-lo, admirada com a beleza do objeto.
   – Que lindo! Onde você conseguiu isso?
   – Então... Eu não sei. – Wess riu, sem graça. – Um dia eu acordei e isso estava em cima de mim. Eu não achei o dono, então guardei.
   – Cuidado pra não ser acusado de roubo. – Lyra devolveu o medalhão. – Não fique mostrando isso por aí.
   – Você está preocupada comigo, Lyra?
   Lyra sorriu.
   – É claro, bobo. Você é meu amigo, esqueceu?
   – É... Amigo. Claro.
   Nate se sentiu estranho com aquele curto diálogo. Não sabia direito o que era, mas não era muito legal...
   – Rapaz, posso ver esse medalhão?
   Quem disse isso foi um homem de sobretudo e chapéu marrons, que deixavam seu rosto escondido. Ele era acompanhado de um Smeargle.
   – Pra quê? – Indagou Wess, desconfiado.
   – Eu posso fazer um grande negócio com isso. Quando quer por ele?
   Wess franziu o cenho.
   – Desculpe, não está a venda.
   – Entendo... Então pode ao menos deixar meu Pokémon fazer um desenho dele? É bem rápido.
   O garoto de cachecol ainda não sabia se podia confiar naquele cara. Era suspeito demais... Mas, ainda assim, deixou o Smeargle analisar o medalhão para desenhar depois.
   O Pokémon segurou o objeto delicadamente, apalpando cada detalhe dele, parecendo estar interessado apenas em desenhá-lo mesmo. Porém, de repente ele saiu correndo com o medalhão, seguindo seu dono.
   Os jovens se levantaram de imediato para persegui-los, com Leon e Aipom indo na frente. Duke gritou para as pessoas pararem eles, mas eram rápidos demais.
   Em algum momento, o Smeargle caiu, grunhindo como se pedisse para seu dono voltar para ajudá-lo. Porém, o homem voltou apenas para pegar o medalhão de sua mão, deixando seu Pokémon para trás. Os outros continuaram a persegui-lo, mas o ladrão estava prestes a escapar.
   Então, Starx saiu de sua Pokébola voluntariamente, seguida de Ícaro. A Ledyba agitou suas asinhas para um voo raso. Ícaro se aproximou dela e grunhiu, a encorajando cada vez mais, enquanto também voava até o ladrão.
   – Você consegue, Starx! – Gritou Lyra. – Você pode voar! Eu sei que pode!
   Esse empurrãozinho era tudo o que ela precisava.
   A Ledyba fez um pouco mais de força e conseguiu voar numa altitude cada vez mais alta, e um pouco mais rápido. Sua treinadora mal acreditava que ela finalmente estava voando, ainda que não muito bem.




  Mesmo assim, o herói do dia foi Ícaro. Ele alcançou o ladrão e rapidamente segurou o medalhão com suas garras, pelo cordão. O Quilava e o Aipom ainda tentaram pular nele para segurá-lo, sem sucesso; o homem saiu correndo ainda mais rápido.
   – Um Rocket – disse Duke. – Esse medalhão deve ter algum valor para eles tentarem roubar de você, Wess... Tome cuidado. Não tire isso do bolso.
   – Tá, pode deixar – disse o albino.
   – Quanto àquele Smeargle – continuou o ruivo –, vamos levá-lo conosco e ficar de olho nele. Alguém se apta a capturá-lo?
   – Deixa comigo – aprontou-se Nate. – Mas eu não aceito tratá-lo como um bandido. Ele foi traído por seu próprio treinador... Não acredito que ainda vá ajudá-lo em alguma coisa.
   Duke deu de ombros.
   – Tudo bem. É só por precaução.
   Nate foi até o Pokémon. Ele ainda estava sentado no chão, chorando por ter sido abandonado. Quando o jovem se aproximou, ele se afastou, com medo.
   – Ei, está tudo bem. Não vamos te machucar. Vim aqui para te dar uma segunda chance. – Nate sacou uma Pokébola. – Aceita participar de uma equipe honesta? Juro que não precisará fazer mais nada ilegal.
   O Smeargle ainda o encarou por um instante. Até que, finalmente, deu um toque na cápsula do rapaz, e um feixe de luz vermelha o levou para dentro dela.
   – Bem vindo, amigão. Juro que vou te proteger daqui pra frente.
   De repente, o céu ficou nublado, e houve um relâmpago.
   – Vamos voltar para o Centro – disse Oliver.

   Todos concordaram e seguiram de volta para o Centro Pokémon.


sábado, 1 de março de 2014

Líderes de Ginásio




Falkner


"Estarei rezando para que os deuses do vento o abençoem nessa jornada!" - Capítulo 9.

 Falkner é o responsável pelo primeiro ginásio, de Pokémons voadores. Ele aparenta ser o mais próximo de Clair. Por algum motivo, ele se afastou de Bugsy, que era seu grande amigo por ter entrado quase ao mesmo tempo que ele no grupo. Falkner é um sujeito sério e um pouco antipático, embora tenha um carinho por Nate, assim como todos os outros líderes. Seu Pokémon-símbolo é o Pidgeot, que não é usado nas batalhas de ginásio por estar em um nível bem acima dos iniciantes.

Bugsy


 Bugsy é o líder do segundo ginásio, de Pokémons insetos. Ele é o mais novo da equipe e o um dos últimos a se tornar um líder, junto com Falkner. Ele parece ter feito algo para separar os dois velhos amigos, mas não se sabe o que foi. Bugsy também é muito próximo de Whitney, que está sempre o levando para fazer algo quando eles se encontram. Ele é um rapaz simpático, amigável e inteligente, com grande conhecimento e adoração pelo tipo inseto. Seu Pokémon-símbolo é o Yanmega, que também não é usado no ginásio.

Whitney


 Whitney é a líder do terceiro ginásio, especialista no tipo Normal. Ela é uma moça muito agitada e carinhosa, principalmente com Bugsy. Porém, mesmo com essa personalidade infantil, Whitney sabe ser madura nas horas certas e tem boas táticas de batalha, se tornando uma poderosa líder de ginásio. Seu Pokémon-símbolo é um Miltank.

Morty


 Morty é o líder do quarto ginásio, especialista em Pokémons fantasmas. Morty é o mais garanhão do grupo, alvo da adoração de várias garotas e o responsável pelos vários gritos das fanáticas. Ele gosta de ser adorado desse jeito pelas garotas e sempre se considera o líder mais atraente de todos. Ele é um pouco preguiçoso, mas pode ser eficiente nas horas certas. É bem próximo de Pryce. Seu Pokémon-símbolo é um Gengar.

Chuck


 Chuck é o responsável pelo quinto ginásio, especialista em Pokémons lutadores. Ele é fascinado por exercício físico, sempre malhando e correndo para se manter em forma, além de fazer meditação. Chuck é um dos mais experientes líderes e um dos mais poderosos, apesar de seu jeito agitado e bem humorado, tem muita sabedoria. Ele está sempre tentando se aproximar cada vez mais de Jasmine. Seu Pokémon-símbolo é um Primeape.

Jasmine


 Jasmine é dona do sexto ginásio, especialista em Pokémons metálicos. É uma moça doce e gentil, sempre meiga com seus companheiros e seus Pokémons e se importando com todos a sua volta, até mesmo desconhecidos. Sendo líder de um dos últimos ginásios, Jasmine mostra, em parte, o real poder de seu time, uma verdadeira fortaleza. Jasmine também é considerada uma das mulheres mais belas da região, embora não se importe muito com esse título. Ela tem se aproximado cada vez mais de Chuck, e acha uma fofura quando ele fica vermelho ao lado dela. Seu Pokémon-símbolo é um Stelix.

Pryce


 Pryce é o líder do sétimo ginásio, especialista em Pokémons do tipo gelo. É o mais velho do grupo e o mais sábio, porém, não costuma socializar muito com os outros líderes, apenas dá dicas e conselhos quando lhe pedem. O único que o faz "sair da toca" é Morty, que Pryce vê como um filho, tamanho o carinho (secreto) que tem por ele. Pryce não é do tipo que demonstra seus sentimentos, mas tem afeição por cada um de seus companheiros. Seu Pokémon-símbolo é um Mamoswine.

Clair


 Clair é a responsável pelo oitavo ginásio, a "chefa" da equipe, especialista em Pokémon dragões. Por fora, ela é uma mulher durona, que não se deixa abalar por nada; por dentro, tem um coração amolecido desde que Nate entrou em sua vida. Clair é responsável e justa, que luta pelo que é certo e faz o possível para proteger seus companheiros, um dos fatores que conquistou o respeito dos outros líderes. É muito próxima de Falkner, o líder que mais demonstra respeito admiração. Seu Pokémon-símbolo é um Dragonair.

*Essa página pode receber modificações conforme o passar da história.*

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Capítulo 13.5


   Algumas horas antes...
   Aquela casa parecia muito mais vazia desde que ele se fora.
 Apesar de ser a líder do ginásio da cidade, Clair nunca teve uma casa muito grande. Na verdade, não passava do padrão das outras casas de Blackthorn. Mesmo assim, ela sempre lhe pareceu muito vazia por morar sozinha... Então chegou Nate, e só sua presença mudou tudo. A casa parecia sempre cheia, mais bagunçada, mais alegre. Ele pode ter dado alguns problemas e estresse no início, mas com o passar do tempo, Nate se tornou um excelente aprendiz e um agradável companheiro de quarto.
   Era como se fosse realmente seu filho.
   Agora, vendo seu quarto desocupado e arrumado – o que era bem raro –, Clair sentiu um vazio que não pensava que sentiria quando Nate partisse. O combinado era três anos desde o começo, mas o tempo passou rápido demais. Só lhe restava esperar pelo dia em que seu aprendiz aparecesse para desafiá-la por uma batalha pela última insígnia. Quando esse dia chegasse, Clair sabia que sentiria mais orgulho ainda.
   – Vamos nos atrasar.
   Maldito Falkner... Sempre a assustando.
   – Sabia que tem uma campainha lá fora?
   – Sabia que dá pra trancar a porta?
   Clair suspirou.
   – Que seja. Já podemos ir – disse a moça.
   – Não é o quarto do Nate? – Perguntou Falkner.
   – Era o quarto dele – corrigiu-o Clair. – Agora é só um quarto vazio. Não tem nada demais.
   – Chefa, você não precisa bancar a durona sempre.
   – Eu não banco a durona. Eu sou assim.
   Ela saiu do quarto. Antes de segui-la, Falkner viu uma foto dela com Nate, com oito anos, em cima do criado-mudo.
   – É. Claro.
   Do lado de fora, Falkner liberou seu Pidgeot, e Clair, seu Dragonite. Os dois líderes montaram em seus respectivos Pokémons e voaram até o local da reunião dessa vez: Goldenrod.
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   – Clair! Falkner!
   Assim que os viu, uma moça de cabelos róseos acenou animadamente para os dois, ainda no céu. Clair e Falkner pousaram em frente ao ginásio local, e a rosada correu ao seu encontro.
   – Você tem sempre que fazer tanto barulho, Whitney?
   – Puxa, Falkner! Eu fechei o ginásio hoje só por vocês, e é assim que você retribui? Custa dar um sorrisinho?
   O rapaz levantou os braços em sinal de trégua e abriu um meio sorriso.
   – Feliz?
   – Isso não é nada, seu...
   Whitney foi interrompida por um barulho não muito longe dali, seguido de poeira e pedrinhas levantadas no impacto.  Aquilo foi causado por um rapaz de cabelos roxos, montado num Scyther.
   – Bugsy!!
   Whitney correu para dar um abraço apertado no especialista em insetos, que sorriu ao vê-la.
   – W-Whitney... Ar...
   – Hein? Ah! – Ela o soltou. – Desculpe!
   – Está tudo bem. – Bugsy acenou para os outros dois. – Olá!
   Os azulados também acenaram.
   Pouco depois, um homem loiro de com cachecol e faixa roxos chegou em alto estilo: carregado pela energia fantasmagórica de alguns Gastlys. Algumas garotas que passavam por ali gritaram quando ele pousou, como fãs ansiosas para conhecer seu ídolo.
   – Desculpe garotas, mas o Morty aqui está ocupado – disse o loiro, o próprio Morty. – Depois eu faço uma sessão de autógrafos, certinho?
   As garotas gritaram mais ainda antes de se afastarem.
   – Elas me amam! – Ele apontou para Falkner e Bugsy. – Vocês também foram recebidos assim? Eu acho que não!
   O líder de Violet afastou sua mão.
   – Eu não gosto de ser o centro das atenções – disse ele.
   –... E é um líder de ginásio? Uau, tu é meio contraditório – zombou Morty.
   Bugsy também afastou a mão do especialista em fantasmas.
   – Quando Falkner quer, ele pode fazer as garotas caírem aos seus pés.
   – Ah é. Às vezes eu esqueço que vocês eram amigos – disse o loiro.
   – Nós ainda somos amigos! Certo, Falkner?
   Porém, o mesmo nem olhou para Bugsy. O líder de Azalea baixou a cabeça.
   – O pessoal está atrasado – disse Falkner. – Clair, por que você não...
   Antes que pudesse terminar de falar,o rapaz foi atropelado por um homem grande, musculoso e sem camisa, acompanhado de um Poliwrath. Eles recuperaram o fôlego quando pararam de correr.
   – Ch-Chuck...
   – O quê? Falkner! – O líder de Cianwood o levantou com um puxão pelo braço. – É por isso que não se deve ficar no caminho de um tanque de guerra!
   O jovem suspirou.
   Não demorou muito para um Skarmory pousar ali, carregando uma moça de cabelos compridos e castanhos e um senhor de cabelos grisalhos. A moça retornou seu Pokémon à Pokébola e foi cumprimentar os outros.
   – Desculpe a demora! Pryce me pediu para buscá-lo em Mahogany, e como eu já estava um pouco atrasada...
   – Sinto muito. Meus Pokémons não são muito rápidos – disse Pryce. – Obrigado pela ajuda, Jasmine.
   – Não há de quê! Agora estamos todos aqui, certo?
   – Certo – respondeu Clair. – Já podemos começar.
   Assim, Whitney abriu a porta do ginásio e os oito líderes de Johto entraram.
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   Eles se sentaram à mesa da sala de reuniões do ginásio. Todos os ginásios tinham uma sala daquelas, pois seus encontros sempre mudavam de cidade, já que no Indigo Plateau apenas os membros da Elite 4 faziam reuniões. Quando a ocasião era muito importante, eles também convocavam os líderes.
   Como sempre, Clair sentou-se na cabeceira. Pryce se sentou à sua direita, e Jasmine, à sua esquerda. Ao lado de Pryce, Chuck; do outro lado, Morty. Ao seu lado ficava Whitney, que por sua vez estava de frente para Bugsy. Na outra ponta da mesa, estava Falkner. A organização era sempre a mesma.
   – Recentemente eu recebi um recado de Lance – começou Clair. – Parece que a Elite está ocupada demais no momento, então ele me mandou algumas informações sobre o que está acontecendo no momento.
   – Ele quer deixar todo o trabalho com a gente? – Reclamou Morty. – Qual é... No que eles estão ocupados, afinal?
   – Isso é sigiloso – respondeu a azulada. – Como eu dizia, Lance nos alertou sobre o Team Rocket. Segundo ele, eles capturaram um Pokémon Lendário, e agora estão caçando os Escolhidos.
   – Esse Lance... Não se cansa de dar uma de espião – comentou Whitney.
   – É essa coragem que o torna admirável – disse Jasmine.
   – Acho que devíamos falar sobre esses tais Escolhidos – disse Pryce. – Todos conhecemos Lance, mas não sabemos quem são essas pessoas.
   – Os Escolhidos são os portadores dos artefatos lendários, que provavelmente estão viajando por aí nesse exato momento – explicou Clair. – Não sabemos ao certo seu propósito, apenas que os artefatos os escolheram.
   – Esse papo tá me dando dor de cabeça... – Morty reclamou de novo.
   – A questão é: a pedido da Elite 4, devemos ficar atentos e achar eles. Quando acharmos, devemos protegê-los. E não será muito difícil achá-los.
   – Como você sabe disso? – Perguntou Bugsy.
  – Um dos portadores é Nate.
   Os líderes se espantaram.
   – Nate? Seu aprendiz? – Indagou Chuck. – Aquele pirralho é um Escolhido?!
   – Nate carrega a Silver Wing, mas é só isso que eu sei – afirmou Clair. – Quanto aos outros, provavelmente estão com ele. Falkner, ele já passou por você?
   – Já. Ele me desafiou há alguns dias. Acredito que já esteja em Azalea.
   – Ele estava com alguém? – Perguntou novamente a líder do oitavo ginásio.
   – Sim, de duas garotas e um rapaz. Uma das garotas tinha um chapelão branco, e a outra tinha um cabelo azul. O rapaz era ruivo. Mas eles podem ser tantos os outros Escolhidos quanto jovens treinadores comuns.
   – Entendo... Vamos ficar de olho em Nate. Bugsy, é com você. Quando Nate sair de Azalea, avise Whitney. Whitney, quando ele sair de Goldenrod, avise Morty, e por aí vai.
   – Entendido! – O especialista em insetos se levantou. – Prometo que ficarei de olho.
   – Ótimo. Ele deve estar te esperando para desafiá-lo. Volte assim que puder – disse Clair. – Dispensados.
    Com o término da reunião, Whitney levou Bugsy para tomar um café rápido e pôr o papo em dia. Chuck se ofereceu para acompanhar Jasmine até a saída da cidade, e ela topou. Morty perguntou se Pryce poderia usar seu Mamoswine para levá-los de volta a suas cidades, e o senhor aceitou, mesmo que demorasse um pouco mais. No fim, apenas Falkner e Clair permaneceram na sala.
   – Se você quer saber, Nate se saiu muito bem no meu ginásio – contou Falkner. – Ele tem uma bela sincronia com seus Pokémons. Garanto que não irá te decepcionar.
   Clair sorriu.
   – Tenho certeza que não.
   – Você o ensinou muito bem, Clair. Nate é o que eu chamaria de garoto prodígio. Deve ter orgulho dele.
   – Sim, eu tenho. 
   Ela sorriu para o nada por uns instantes, mas logo recuperou seu rosto sério.
   – Vamos voltar. Pode haver mais treinadores nos esperando para o desafio de ginásio.
   Falkner a observou. Ele sabia que aquela imagem de durona não colava desde que Nate passou a morar conquistou o coração dele. Clair o amava como se fosse sua mãe. Imaginar uma batalha entre eles era bem empolgante.
   – Beleza, chefa. – Ele a seguiu. – Você que manda.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Mudança de horário

 Boa tarde, galera.
 Venho aqui dar meu recado. Devem ao menos suspeitar que minhas aulas voltaram, certo? Ok. Vamos lá.
 Agora eu estou estudando de manhã, o que será meio desgastante até eu me acostumar com esse horário de novo. Eu estudo, chego em casa, e durmo num piscar de olhos se deitar um pouco. Além disso, estou na oitava série, uma das séries mais exigidas o colégio por ser a última do ensino fundamental. Por isso, quando chega sexta-feira, eu só penso que posso ficar acordada até mais tarde, e no sábado eu só penso em uma coisa: descanso.
 Desde que comecei a fanfic, sábados pra mim significam ficar no PC o dia inteiro pra poder postar o capítulo da semana a tempo. Eu poderia escrever nos outros dias da semana, principalmente quando estava de férias, mas tem um porém: essa não é minha única fanfiction. Eu tenho outras duas que não gosto de deixar em segundo plano, e elas estão ficando atrasadas. Então o tempo que eu tiro dos dias de semana quando tenho criatividade é pra escrever nelas.
 Eu sempre escrevo uma parte dos capítulos daqui nas sexta-feiras, mas ultimamente minhas ideias estão abaixo da média. Veja, eu sei como será o capítulo em si, só não sei direito como construí-lo. Não é sempre que isso acontece, mas quando acontece eu tenho que passar o sábado inteiro escrevendo. Eu acordo cedo já pensando que vou ter que sentar no PC e escrever até sabe-se lá que horas. Aí eu faço uma pausa pra jogar ou fazer qualquer outra coisa e fico de olho no relógio pra não perder muito tempo. Resumindo: sábado não tem sido mais o dia de descanso.
 Mas agora, só o que eu quero no sábado é acordar cedo e ficar em casa, jogar e finalizar alguns jogos pendentes, ver televisão, e principal: ler. Eu necessito de uma leitura na hora do café. Eu posso escrever, mas a prioridade seriam das minhas outras fanfics.
 Por isso, é bem provável que alguns capítulos não saiam mais aos sábados, e não sei se vou poder trazê-los aos domingos. Mas isso é temporário. E estou sempre de olho nos blogs da Aliança, e pensando em como colocar alguns projetos em prática. Mesmo que possa estar deixando Johto em segundo plano, ela ainda significa algo para mim. De verdade.
  Desculpe se estiver fazendo muito drama, mas espero que compreendam.
 Até a próxima.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Capítulo 13


 O rapaz de Blackthorn chegou em Azalea depois de passar pela Ilex Forest. Desceu de seu jipe e olhou em volta, a procura de alguém. Nos bancos próximos às árvores, quatro pessoas conversavam: duas delas estavam sentadas, um garoto ruivo e uma garota de cabelos azuis. De pé, uma garota de cabelos castanhos usando um chapelão branco, e ao seu lado, um rapaz loiro com um boné branco e vermelho.
 – Oliver?
 Os quatro olharam para ele ao mesmo tempo, e o loiro foi o único que o reconheceu. O recém-chegado acenou com um sorriso, mas Oliver apenas virou o rosto, emburrado.
 – Que foi, amigão?
 – “Amigão”? Grande amigo você é,Tony! Eu quase morri e você nem ligou!
 – Como assim?! O que aconteceu?
 Oliver lhe contou todo o ocorrido na Union Cave.
 – Cara, eu sinto muito – disse Tony. – Eu juro que não sabia, se não eu já teria ligado pra você!
 O loiro continuou emburrado por mais alguns segundos, mas sabia que seu amigo dizia a verdade. Abriu um sorriso e deu um soquinho no ombro de Tony.
 – Eu sei, irmão! Tava te testando!
 – Puxa, Oliver, você ficou muito parecido com o Nate agora – comentou a garota de chapéu branco.
 – Aquela peste meio que me deixou assim, Lyra – brincou ele. – A propósito... Tony, estes são meus amigos: Lyra, Cristina e Duke. Também são amigos do Nate, e os quatro salvaram minha vida lá na caverna. Pessoal, este é o Anthony, irmão do Kyle.
 Anthony apertou a mão de cada um.
 – E onde está o Nate?
 – Bem...
 Lyra gaguejou um pouco, mas lhe contou o que tinha acontecido com Nate. Falou sobre sua discussão com Kyle e sobre seu transtorno. Tony ficou preocupado com o amigo, mas por outro lado sabia que Nate não gostaria de ver alguém preocupado com ele.
 – Posso vê-lo? – Perguntou Tony.
 – Claro. – Lyra fez um gesto para que ele a seguisse. – Vem comigo.
 Tony a seguiu até o Centro Pokémon, sendo acompanhado por Duke, Cris e Oliver. Por acaso, eles encontraram Kyle e uma garota loira no caminho. A dupla estava dando uma volta pela cidade quando viram Tony. Kyle acenou brevemente e foi até ele, mas a cara de seu irmão não parecia muito simpática naquele momento.
 – Kyle!
 – Credo, Tony, que bicho te mordeu?
 O mais velho deu um tapa na cabeça do irmão.
 – Você tem que causar problemas, não tem? – Tony deu uma bronca nele. – Eles me contaram o que aconteceu com Nate. Para de implicar com o garoto, só pra variar!
 – Eu?! Ele quase me socou!
 – Isso não teria acontecido se você não tivesse o empurrado.
 – Caramba, Anthony! – Reclamou Kyle. – Você não pode ficar do lado de seu irmão pelo menos uma vez?
 Tony suspirou. Ele tentava ser uma figura paterna para Kyle desde que seu pai foi fazer uma exploração em Hoenn, e não era muito fácil.
 – Vamos falar disso depois. Agora, aproveitando que o Nate também está aqui, vou falar com os dois de uma só vez.
 O grupo já ia entrar no Centro Pokémon quando alguém cutucou Tony no ombro: a loira que acompanhava seu irmão. Olhando de perto, ela lhe parecia muito familiar...
 – Oi, Tony! Não me reconhece mais?
 Foi então que o rapaz a reconheceu.Ela tinha crescido muito...
 – Sarah...!
 – Já faz um tempo, não?
 Eles se abraçaram amistosamente.
 – Como você encontrou Kyle de novo? – Perguntou Anthony.
 – Depois eu conto. – Ela piscou. – Vamos, estou curiosa pra saber o que você quer falar!
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 Os jovens entraram no quarto de Nate e o encontraram debruçado na janela, olhando para o horizonte com um ar pensativo. Quando ele viu Tony, abriu um sorriso, o reconhecendo imediatamente. Eles não tinham mudado nada desde a última vez em que se viram.
 Anthony Redfox era um rapaz moreno de cabelos negros e olhos castanhos, magro e com estatura mediana. Usava uma camisa roxa escura com uma faixa vermelha em horizontal no meio, moleton vermelho, calça jeans azul, tênis vermelhos com detalhes pretos e um boné também vermelho. Em sua cabeça também havia um óculos azul, parecido com um de natação.



 Nate foi cumprimentá-lo, mas sua expressão fechou assim que notou Kyle. O Redfox mais novo também não gostou muito de ver Nate.
 – Ei, parem com isso – pediu Tony. – Eu quero falar com os dois. Apenas deixem esse desafeto de lado por cinco minutos, tudo bem?
 Mesmo relutantes, eles assentiram. Tony entregou um envelope azul para cada um, com um adesivo prateado com a letra E o deixando fechado. Os rapazes abriram e leram em silêncio.

“Caros treinadores,
 Nós da Equipe de Exploração estamos organizando um torneio em duplas. O torneio visa apenas a diversão e o entrosamento entre os treinadores de toda a região de Johto, não temos nenhuma ligação com a Liga Pokémon.
 Vocês poderão escolher apenas um parceiro de batalha para participar.
 Estamos fazendo os preparativos, mas assim que estabelecermos as regras, os membros de nossa equipe entregarão cartas com mais informações. O evento será iniciado em dois meses.
 Atenciosamente,
Equipe de Exploração de Blackthorn.

 Kyle passou sua carta para Sarah, enquanto Nate deixava seus amigos lerem.
 – Por que ninguém me avisou sobre isso? – Indagou Oliver.
 – Isso é assunto da equipe sênior. Eu sou só um mensageiro – respondeu Tony.
 Os mensageiros estavam acima dos juniores. Enquanto a equipe júnior fazia missões simples ou acompanhava algum membro sênior em uma exploração mais avançada para ganhar experiência de vez em quando, a equipe mensageira viaja pela região inteira, obtendo informações das trilhas e cavernas, e quando necessário levava recados de seus supervisores para os jovens de Johto, e vice-versa. Os seniores faziam as exploração mais arriscadas e cuidavam dos assuntos mais importantes do grupo.
 – Quando o chefe anunciou o torneio e pediu para os mensageiros levarem os convites para cada treinador jovem que encontrassem, eu logo pensei em vocês. Será uma boa experiência e, quem sabe, não dá um jeito nessa inimizade – explicou o irmão de Kyle.
 – Que demais! – Empolgou-se Nate. – Foi a melhor ideia que o alto escalão já teve! Eu estarei lá!
 – Eu também! – Aprontou-se Oliver. – Isso vai ser super...
 – Hã, Oliver... Foi mal, irmão, mas os membros do grupo não podem participar.
 O loiro ficou não gostou da notícia, mas se conformou.
 – Tudo bem, tudo bem... Eu tenho uma ideia – disse ele. – Nate, Kyle, escolham suas duplas e vamos fazer uma batalha em dupla para treinar!
 Nate olhou para seus amigos, pensativo. Depois de um minuto pensando, escolheu:
 – Lyra, quer ser minha parceira?
 – É claro! – Ela respondeu de imediato. – Farei meu máximo, eu prometo.
 Kyle nem precisou convidar Sarah para formar uma dupla com ela.
 – Espera, eu também quero batalhar – disse Cris. – Que tal... Eu e Duke contra Oliver e Anthony depois da batalha deles?
 Os rapazes aceitaram a proposta, mas Tony precisaria trocar seus Pokémons; ele já tinha 18 anos e todos em sua equipe eram muito fortes, com níveis acima de qualquer da equipe daqueles jovens. Não queria que aquela batalha fosse injusta.
 Tudo combinado, era hora da primeira batalha do dia.
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 No lado de Nate e Lyra, Leon e Trevor. No lado de Kyle e Sarah, a Vulpix do rapaz e a Corsola da garota. Kyle e Sarah tinham uma boa vantagem na batalha, já que o tipo fogo de Vulpix ganhava vantagem contra o tipo grama do Chikorita, enquanto a Corsola tinha vantagem contra Leon por ser um tipo aquático. Quanto à dupla de New Bark, Trevor teria de se encarregar da Corsola, e Leon teria uma luta de igual para igual contra a Vulpix.
 – Podem começar – disse Nate.
 – Que seja... Vulpix, use Ember no Chikorita!
A pequena raposa disparou brasas ardentes contra seu adversário, mas por sorte Leon entrou na frente de seu amigo, levando o ataque em seu lugar. Não provocou muito dano.
 – Agora, Leon, segure-a!
 No instante seguinte o Cyndaquil partiu para cima da fêmea, a imobilizando de modo que não pudesse atacar o Chikorita e o deixasse batalhar contra a Corsola. Nate mostrou o sinal de “positivo” para sua amiga, que agradeceu.
 – Trevor, mire na Corsola e use Razor Leaf!
 O inicial do tipo grama lançou várias folhas tão afiadas quanto navalha na direção de sua adversária.
 – Corsola, utilize Harden!
 O Pokémon Coral brilhou, e as folhas lhe causaram menos dano graças à sua defesa aumentada. Ainda assim, golpes do tipo grama geralmente a danificavam quatro vezes mais do que o normal, e o Harden provavelmente só diminuiu duas vezes.
 – Continue com Bubble! – Ordenou Sarah.
 A Corsola disparou algumas bolhas na direção de Leon e Vulpix, para a surpresa de seus oponentes. Por outro lado, Kyle permaneceu calmo, como se aquilo já estivesse planejado.
 – Tire o Leon dali, Trevor!
 O Chikorita usou seus chicotes para tirar seu companheiro de batalha da armadilha criada pela outra dupla. Mas a Vulpix de Kyle rapidamente esquivou das bolhas d’água e Corsola, e seus treinadores sorriram. Então, eles fizeram isso apenas para libertar a Vulpix...?
 – Estratégia arriscada, mas mostra a confiança que eles têm um no outro – observou Tony. – Muito bom.
 – Não subestime Nate e Lyra. Eles são amigos há muito tempo e seus iniciais também – disse Duke.
 – Vai Nate! Vai Lyra! – Torcia Cris.
 O próximo movimento foi de Lyra.
 – Trevor, Razor Leaf novamente!
 Dessa vez, Sarah logo ordenou que sua Corsola desviasse do ataque, mas eles já estavam preparados.
 – Quick Attack, Leon!
 Leon colidiu com a Corsola e a jogou de volta para a linha de tiro. Ela não teve chances de esquivar as folhas a acertaram, causando um belo estrago. Mais um pouco e ela cairia.
  – Está brincando com fogo, Nate – avisou Kyle. – Vulpix, utilize o Fire Spin!
 Da boca de Vulpix saiu uma poderosa rajada de fogo que foi em direção de Trevor em forma de vários anéis flamejantes. Leon correu para protegê-lo, mas uma bolha estourou nele de repente. A Corsola tinha se recuperado muito rápido.
 Trevor foi atingido e não aguentou o poder do ataque. Contudo, Leon conseguiu aproveitar o final do golpe e entrou no meio das chamas, saindo de lá na forma de uma roda flamejante. Ele acertou a aquática em cheio, lançando-a para longe, e por mais incrível que pudesse parecer, esse ataque foi decisivo para derrotá-la. Logo depois Leon foi na direção da Vulpix, que reucou de susto. Ela também foi atingida e só então Leon saiu do meio das chamas.
 Leon tinha crescido, as manchas agora se espalhavam por suas costas e na cabeça, chamas bem vivas saíam delas. Seus olhos foram abertos, eram castanhos avermelhados e brilhavam de animação.
 – L-Leon... – Nate mal acreditou.
 Diante de si estava um Quilava.



 Leon parecia mais determinado do que nunca, e Kyle estava visivelmente com raiva, ou até mesmo inveja.
 – Droga... Vulpix, Quick Attack!
 A raposa correu na direção do oponente na velocidade da luz, ganhando mais força a cada dois passos.
 – Colida, Leon!
 Desafiador, Leon preparou também um Quick Attack e disparou na direção da Vulpix. Mesmo que estivesse evoluído, ela já estava mais veloz e seu ataque, mais poderoso.
 Quando eles já iam colidir, algo pousou no meio do campo de batalha, levantando uma cortina de poeira enorme. 

sábado, 25 de janeiro de 2014

Capítulo 12


   Chegando a Azalea Town, o grupo, acompanhado de Oliver, foi para o Centro Pokémon. Reservaram seus quartos e o loiro deixou seus Pokémons sob os cuidados da enfermeira Joy. Enquanto eles se recuperavam, ele colocou um curativo em sua ferida na perna. Logo depois, foi tomar um banho em seu quarto.
   Depois de tudo eles saíram do Centro e foram para o ginásio. Infelizmente, Bugsy estava ausente, devido a uma reunião de última hora entre os líderes de ginásio da região. Só lhes restava esperar até que o líder voltasse.
   – Droga... Mal podia esperar para enfrentar o Bugsy. E conversar com ele também! Aquele cara é uma figura! – Disse Nate.
   – Valeu, Nate. Esfrega na nossa cara que você é amigo dos líderes de Johto. Humilde como sempre! – Brincou Oliver.
   Era incrível como aqueles dois se davam tão bem mesmo depois de anos sem se ver, e só tinham convivido por pouco mais de um mês. Segundo eles, quando Nate chegou em Blackthorn, ele logo conheceu o Grupo de Exploração da cidade. Oliver tinha 8 anos, e era um dos pré-candidatos a entrar no grupo. Nate decidiu fazer o mesmo, e assim ele e Oliver começaram a se falar cada vez mais. Quando faziam uma exploração perto da cidade com os Exploradores Juniores, conversavam e brincavam, levando broncas também. Porém, um mês depois, Oliver teve de sair da cidade; seu pai foi transferido e a família foi para Kanto. Os amigos nunca mais se falaram desde então. Nate imaginava que tinha sentido quase tanto a partida de Oliver quanto Lyra tinha sentido a dele. Em um mês uma amizade duradoura foi criada, e agora os rapazes a ressuscitavam.
   Vendo isso, os outros três percebiam que Nate era mesmo um garoto especial. As amizades que criava sempre duravam, não importava o quão longe estivessem um do outro, nem há quanto tempo não se falavam.
   – Ele sabe fazer amigos – comentou Duke.
   – Tem alguma coisa nele... Só não sei dizer direito o que é – disse Lyra. – É algo especial.
   Estranho... Cris normalmente diria algo sobre isso. Ela começaria a bajular seu “priminho”. Porém, depois do incidente na Union Cave, ela ficou completamente calada. Não era comum Cristina ficar assim...
   – Cris – chamou-a Duke -, você está bem?
   – Hein...? Ah, estou! Estou ótima...
   Não, nem um pouco.
   – Desculpe pessoal, eu vou dar uma volta. Encontro vocês depois.
   Então a garota se afastou do resto do grupo. Nate notou a atitude da prima e se preocupou, assim como Duke e Lyra. Oliver estranhou, mas resolveu ficar quieto. Quando Cris já estava longe, o ruivo disse:
   – Eu vou atrás dela. Fiquem tranquilos, sei lidar com isso.
   Então Duke já tinha visto os transtornos de Cris. Era ótimo que o rapaz continuasse sendo amigo dela mesmo assim. Claro, a azulada recebia o apoio da família e de Lyra, mas sempre existiu essa preocupação. Não gostariam de vê-la afastando as pessoas queridas por culpa desse detalhe. E o pior: Cristina aparentemente não era a única que sofria transtornos de personalidade na família. Nate também mostrava indícios.
   – Não acredito! – Gritou o moreno. – Eu pensei que só teria que olhar pra essa cara feia uma vez durante a jornada!
   Lyra nem precisou se virar para saber de quem Nate estava falando... O único que ele tratava desse jeito era Kyle. Por algum motivo, eles se odiavam.
   – Acha que eu queria te encontrar de novo?! Que saco! – Gritou Kyle.
   – Rapazes...
   E também tinha Sarah, sua companheira de viagem, que por algum motivo gostava muito de Kyle.
   – Kyle, há quanto tempo! – Cumprimentou-o Oliver. – Como vai a jornada? Seu irmão me disse que tinha acabado de começar a jornada. Quantas insígnias você já tem?
   Kyle bufou.
   – Você continua sendo um chato... De qualquer forma...
   Ele tirou seu estojo de insígnias do bolso e mostrou suas duas conquistas: Zephyr e Hive Badge, dos ginásios de Violet e Azalea.
   – C-como você já tem a Hive Badge?! – Indagou Nate. – O Bugsy está ausente...
   – Maluco, eu cheguei aqui antes dele sair! Só não saí dessa cidade ainda porque meu irmão ligou pedindo para que o esperasse aqui. Francamente...
   – Espera. O Tony está vindo aqui? Que máximo! – Empolgou-se o aprendiz de Clair.
   – Que máximo, nada! – Disse Oliver. – Ele ligou pro Kyle dizendo que vinha até aqui? Não devia me ligar, pra perguntar se eu estava bem, dizer que ia me dar uma carona até Blackthorn? Grande amigo!
   Nate riu com a frustração do amigo. Kyle apenas revirou os olhos.
   – Nate, Lyra! – Chamou-os Sarah. – Como vão vocês?
   – Sarah, oi! – Lyra a cumprimentou. – Estamos bem, obrigada. E quanto à você e Kyle?
   – Estamos muito bem. Só o Kyle que está reclamando porque já devia estar em Goldenrod, e blá, blá, blá...
   Lyra riu e começou a contar as novidades. Kyle as observava com o canto do olho e Oliver não parava de babar por Sarah. Chegou a perguntar à Nate se Kyle tinha a chantageado para poder viajar com ela.
   – Ei, esquecemos de perguntar na outra vez... Qual sua classe, Sarah? – Perguntou o garoto de New Bark.
   – Na verdade, nenhuma. Eu estou apenas seguindo Kyle.
   – Mas... Por quê?
  – Não é da sua conta, moleque – cortou Kyle.
  O irmão de Tony empurrou Nate. Lyra tentou ajudá-lo, mas o rapaz se levantou depressa e agarrou o desafeto pelo colarinho, e com a outra mão preparou um soco. Por sorte, Lyra segurou seu punho antes que Nate fizesse alguma besteira.
   – Nate, pare!
   Enfim, o garoto pareceu perceber o que estava fazendo. Foi a primeira vez em que viu Kyle com medo. Lyra tinha os olhos marejados. Sarah havia tampado a boca com as duas mãos. Oliver estava assustado.
   – O que... O que aconteceu...?
   – Você perdeu o controle de novo – respondeu Lyra.
   – Como assim, “de novo”? Isso já tinha acontecido antes?
   A garota de chapéu branco assentiu e lhe contou o ocorrido na Rota 30, quando Nate quase socou um inocente Ratatta, e de como ele também não se lembrava do que tinha acontecido um minuto atrás naquele dia. Ela também falou sobre suas suspeitas, que esperava que estivessem erradas. Mesmo assim, o rapaz ficou desesperado ao saber disso. Não queria ter que conviver com esse tipo de coisa. Não queria sofrer o risco de machucar algum de seus amigos ou qualquer outra pessoa. Não queria machucar ninguém... Seu objetivo era exatamente o oposto disso.
   – Nate, tudo bem. – Lyra tentou acalmá-lo. – Nós vamos apoiá-lo nisso. Vamos te dar todo o suporte que precisar. Somos seus amigos, e estamos aqui para isso, ok?
   O rapaz negou com a cabeça.
   – Desculpe, Lyra... Eu preciso ficar um pouco sozinho.
   – Nate...
   Ele estava chorando. Era horrível vê-lo assim.



   – Deixe ele sozinho consigo mesmo por um tempo – aconselhou Oliver. – Não deve ser muito fácil receber uma notícia dessas.
   – Tem razão... Eu fico preocupada, mas espero que o Nate se anime logo.
   – Ei, é de Nate Silver que estamos falando. Ele não vai ficar deprimido por muito tempo.
   Lyra sorriu. Oliver era mesmo um bom amigo.
   – Venha, vamos tomar um café. Lyra Waterflowers, certo? Nate já me falou sobre você.

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   – Cris...
   Duke achou Cris sentada em um banco perto das árvores. Havia outros bancos ali por perto, mas não muitas pessoas. Estranhamente, a garota escolheu o lugar onde os casais costumavam ficar.
   Não foi difícil achá-la, já que Azalea não era muito grande. Cris estava cabisbaixa e com o rosto vermelho, como se tivesse acabado de chorar. Ela obviamente não estava nem um pouco bem, e não era a primeira vez que Duke a via assim. Ele já sabia o que fazer. Apenas sentou-se ao seu lado e segurou sua mão. Cris correspondeu e apoiou sua cabeça no ombro do amigo.
   – O que tem de errado comigo?
   – Nada. Absolutamente nada.
   Os dois ficaram em silêncio. Minutos depois, puderam ver Nate, entrando no Centro Pokémon sozinho. Algo sério devia ter acontecido, mas naquele momento Duke só queria ficar ao lado de Cris.
   – Obrigada, Duke. Por tudo.
   – Eu sou seu amigo, certo? Estou aqui pra isso.
   A garota gemeu.
   – Eu não consigo tirar aquela cena da minha cabeça.
   – Nem eu. Mas aquilo não vai acontecer. Eu prometo.
   Cris continuava tendo muitas dúvidas sobre essas coisas de tempo, passado e futuro, mas só que queria naquele momento era esquecer de vez aquela imagem.
   Esquecer, não. Eles tinham que mudar aquilo. Mudar aquele futuro horrível, impedir que aquela cena que tinham visto acontecesse. Impedir que seus amigos, aqueles que estavam sempre dispostos a consolar, alegrar, que estavam sempre ao lado um do outro, tivessem aquele destino.