sábado, 25 de janeiro de 2014

Capítulo 12


   Chegando a Azalea Town, o grupo, acompanhado de Oliver, foi para o Centro Pokémon. Reservaram seus quartos e o loiro deixou seus Pokémons sob os cuidados da enfermeira Joy. Enquanto eles se recuperavam, ele colocou um curativo em sua ferida na perna. Logo depois, foi tomar um banho em seu quarto.
   Depois de tudo eles saíram do Centro e foram para o ginásio. Infelizmente, Bugsy estava ausente, devido a uma reunião de última hora entre os líderes de ginásio da região. Só lhes restava esperar até que o líder voltasse.
   – Droga... Mal podia esperar para enfrentar o Bugsy. E conversar com ele também! Aquele cara é uma figura! – Disse Nate.
   – Valeu, Nate. Esfrega na nossa cara que você é amigo dos líderes de Johto. Humilde como sempre! – Brincou Oliver.
   Era incrível como aqueles dois se davam tão bem mesmo depois de anos sem se ver, e só tinham convivido por pouco mais de um mês. Segundo eles, quando Nate chegou em Blackthorn, ele logo conheceu o Grupo de Exploração da cidade. Oliver tinha 8 anos, e era um dos pré-candidatos a entrar no grupo. Nate decidiu fazer o mesmo, e assim ele e Oliver começaram a se falar cada vez mais. Quando faziam uma exploração perto da cidade com os Exploradores Juniores, conversavam e brincavam, levando broncas também. Porém, um mês depois, Oliver teve de sair da cidade; seu pai foi transferido e a família foi para Kanto. Os amigos nunca mais se falaram desde então. Nate imaginava que tinha sentido quase tanto a partida de Oliver quanto Lyra tinha sentido a dele. Em um mês uma amizade duradoura foi criada, e agora os rapazes a ressuscitavam.
   Vendo isso, os outros três percebiam que Nate era mesmo um garoto especial. As amizades que criava sempre duravam, não importava o quão longe estivessem um do outro, nem há quanto tempo não se falavam.
   – Ele sabe fazer amigos – comentou Duke.
   – Tem alguma coisa nele... Só não sei dizer direito o que é – disse Lyra. – É algo especial.
   Estranho... Cris normalmente diria algo sobre isso. Ela começaria a bajular seu “priminho”. Porém, depois do incidente na Union Cave, ela ficou completamente calada. Não era comum Cristina ficar assim...
   – Cris – chamou-a Duke -, você está bem?
   – Hein...? Ah, estou! Estou ótima...
   Não, nem um pouco.
   – Desculpe pessoal, eu vou dar uma volta. Encontro vocês depois.
   Então a garota se afastou do resto do grupo. Nate notou a atitude da prima e se preocupou, assim como Duke e Lyra. Oliver estranhou, mas resolveu ficar quieto. Quando Cris já estava longe, o ruivo disse:
   – Eu vou atrás dela. Fiquem tranquilos, sei lidar com isso.
   Então Duke já tinha visto os transtornos de Cris. Era ótimo que o rapaz continuasse sendo amigo dela mesmo assim. Claro, a azulada recebia o apoio da família e de Lyra, mas sempre existiu essa preocupação. Não gostariam de vê-la afastando as pessoas queridas por culpa desse detalhe. E o pior: Cristina aparentemente não era a única que sofria transtornos de personalidade na família. Nate também mostrava indícios.
   – Não acredito! – Gritou o moreno. – Eu pensei que só teria que olhar pra essa cara feia uma vez durante a jornada!
   Lyra nem precisou se virar para saber de quem Nate estava falando... O único que ele tratava desse jeito era Kyle. Por algum motivo, eles se odiavam.
   – Acha que eu queria te encontrar de novo?! Que saco! – Gritou Kyle.
   – Rapazes...
   E também tinha Sarah, sua companheira de viagem, que por algum motivo gostava muito de Kyle.
   – Kyle, há quanto tempo! – Cumprimentou-o Oliver. – Como vai a jornada? Seu irmão me disse que tinha acabado de começar a jornada. Quantas insígnias você já tem?
   Kyle bufou.
   – Você continua sendo um chato... De qualquer forma...
   Ele tirou seu estojo de insígnias do bolso e mostrou suas duas conquistas: Zephyr e Hive Badge, dos ginásios de Violet e Azalea.
   – C-como você já tem a Hive Badge?! – Indagou Nate. – O Bugsy está ausente...
   – Maluco, eu cheguei aqui antes dele sair! Só não saí dessa cidade ainda porque meu irmão ligou pedindo para que o esperasse aqui. Francamente...
   – Espera. O Tony está vindo aqui? Que máximo! – Empolgou-se o aprendiz de Clair.
   – Que máximo, nada! – Disse Oliver. – Ele ligou pro Kyle dizendo que vinha até aqui? Não devia me ligar, pra perguntar se eu estava bem, dizer que ia me dar uma carona até Blackthorn? Grande amigo!
   Nate riu com a frustração do amigo. Kyle apenas revirou os olhos.
   – Nate, Lyra! – Chamou-os Sarah. – Como vão vocês?
   – Sarah, oi! – Lyra a cumprimentou. – Estamos bem, obrigada. E quanto à você e Kyle?
   – Estamos muito bem. Só o Kyle que está reclamando porque já devia estar em Goldenrod, e blá, blá, blá...
   Lyra riu e começou a contar as novidades. Kyle as observava com o canto do olho e Oliver não parava de babar por Sarah. Chegou a perguntar à Nate se Kyle tinha a chantageado para poder viajar com ela.
   – Ei, esquecemos de perguntar na outra vez... Qual sua classe, Sarah? – Perguntou o garoto de New Bark.
   – Na verdade, nenhuma. Eu estou apenas seguindo Kyle.
   – Mas... Por quê?
  – Não é da sua conta, moleque – cortou Kyle.
  O irmão de Tony empurrou Nate. Lyra tentou ajudá-lo, mas o rapaz se levantou depressa e agarrou o desafeto pelo colarinho, e com a outra mão preparou um soco. Por sorte, Lyra segurou seu punho antes que Nate fizesse alguma besteira.
   – Nate, pare!
   Enfim, o garoto pareceu perceber o que estava fazendo. Foi a primeira vez em que viu Kyle com medo. Lyra tinha os olhos marejados. Sarah havia tampado a boca com as duas mãos. Oliver estava assustado.
   – O que... O que aconteceu...?
   – Você perdeu o controle de novo – respondeu Lyra.
   – Como assim, “de novo”? Isso já tinha acontecido antes?
   A garota de chapéu branco assentiu e lhe contou o ocorrido na Rota 30, quando Nate quase socou um inocente Ratatta, e de como ele também não se lembrava do que tinha acontecido um minuto atrás naquele dia. Ela também falou sobre suas suspeitas, que esperava que estivessem erradas. Mesmo assim, o rapaz ficou desesperado ao saber disso. Não queria ter que conviver com esse tipo de coisa. Não queria sofrer o risco de machucar algum de seus amigos ou qualquer outra pessoa. Não queria machucar ninguém... Seu objetivo era exatamente o oposto disso.
   – Nate, tudo bem. – Lyra tentou acalmá-lo. – Nós vamos apoiá-lo nisso. Vamos te dar todo o suporte que precisar. Somos seus amigos, e estamos aqui para isso, ok?
   O rapaz negou com a cabeça.
   – Desculpe, Lyra... Eu preciso ficar um pouco sozinho.
   – Nate...
   Ele estava chorando. Era horrível vê-lo assim.



   – Deixe ele sozinho consigo mesmo por um tempo – aconselhou Oliver. – Não deve ser muito fácil receber uma notícia dessas.
   – Tem razão... Eu fico preocupada, mas espero que o Nate se anime logo.
   – Ei, é de Nate Silver que estamos falando. Ele não vai ficar deprimido por muito tempo.
   Lyra sorriu. Oliver era mesmo um bom amigo.
   – Venha, vamos tomar um café. Lyra Waterflowers, certo? Nate já me falou sobre você.

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   – Cris...
   Duke achou Cris sentada em um banco perto das árvores. Havia outros bancos ali por perto, mas não muitas pessoas. Estranhamente, a garota escolheu o lugar onde os casais costumavam ficar.
   Não foi difícil achá-la, já que Azalea não era muito grande. Cris estava cabisbaixa e com o rosto vermelho, como se tivesse acabado de chorar. Ela obviamente não estava nem um pouco bem, e não era a primeira vez que Duke a via assim. Ele já sabia o que fazer. Apenas sentou-se ao seu lado e segurou sua mão. Cris correspondeu e apoiou sua cabeça no ombro do amigo.
   – O que tem de errado comigo?
   – Nada. Absolutamente nada.
   Os dois ficaram em silêncio. Minutos depois, puderam ver Nate, entrando no Centro Pokémon sozinho. Algo sério devia ter acontecido, mas naquele momento Duke só queria ficar ao lado de Cris.
   – Obrigada, Duke. Por tudo.
   – Eu sou seu amigo, certo? Estou aqui pra isso.
   A garota gemeu.
   – Eu não consigo tirar aquela cena da minha cabeça.
   – Nem eu. Mas aquilo não vai acontecer. Eu prometo.
   Cris continuava tendo muitas dúvidas sobre essas coisas de tempo, passado e futuro, mas só que queria naquele momento era esquecer de vez aquela imagem.
   Esquecer, não. Eles tinham que mudar aquilo. Mudar aquele futuro horrível, impedir que aquela cena que tinham visto acontecesse. Impedir que seus amigos, aqueles que estavam sempre dispostos a consolar, alegrar, que estavam sempre ao lado um do outro, tivessem aquele destino.  

4 comentários:

  1. Problemas na família aconselho o Casos de Família no SBT :v kkkkkkkk, brincadeiras a parte.
    Achei um capítulo fantástico, achei muito real sabe, esta mostrando esses transtornos psicológicos em fic de pokémon, estou achando tudo isso sensacional. E pelo visto, não é apenas minha amada e odiada Chris, o Nate também, e acabei ficando mal pelos dois =/
    Como eu ODEIO a arrogância desse Kyle ...que garoto insuportável e metido ... e eu gostei que ele tenha sentido medo do Nate, por isso, eu acho que ele tem essas "casca", por fora ele é uma coisa, mas no fundo, não passa de um garoto cheio de medos, incertezas e muito indeciso ...
    Lyra e Oliver cada dia mais legais e perfeitos *-* kkkkkkkkkkk, olha ... seria um bom casal @.@ kkkkk
    Enfim, capítulo muito bom Isa, até o próximo :3 (E percebi que as letras mudaram ...)

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    1. kkkkkkk
      Hey João, what's up? ^^
      Ah, que bom, tava meio insegura quanto esse capítulo ^^'
      Eu sei cara, o Kyle também me irrita :v kkkkk Mas tudo isso que você falou dele não deixa de ser verdade.
      WHAT?! É um shippando a Lyra com o Wess, outro com o Oliver... Coitado do Nate, galeira :O
      Que bom que gostou João, até ^^ (mirabolisse do Word. Né que eu gostei? xD)

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  2. Isa-chan, capítulo nota mil, mil não, mais de um milhão! *---*
    Você conseguiu fazer um capítulo engraçado, e emocionante, afinal não é todo dia que vemos transtornos psicológicos em histórias de pokémon (como o comentário aqui de cima falou). Por falar nisso, qual o nome do transtorno do Nate, Isa?
    Parece que o Nate gosta mais do irmão do Kyle! Espero que ele seja mesmo mais legal que ele.
    Bem, até o próximo Isa-chan!

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    1. Thanks, Mat-kun *----*
      Foi engraçado? Uau ^^' Eu tentei trabalhar mais na emoção, mas que bom que você notou as duas coisas :3 Quanto a isso... Eu não sei o nome exato :P Pelo que eu entendi, é o transtorno emocionalmente instável impulsivo, mas posso estar enganada.
      Você vai ficar surpreso com a diferença entre eles! Ele aparece no próximo mesmo, então até lá \o

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