A Union Cave estava interditada.
Era só o que faltava... Só
era possível chegar em Azalea Town através dela. Agora, uma faixa os impedia de
atravessá-la, e um grupo de trabalhadores de obra pareciam discutir sobre o
assunto.
– Com licença, senhor –
chamou Nate. – Por quanto tempo a caverna vai ficar interditada? É que eu
preciso chegar a Azalea para desafiar o líder de ginásio de lá...
– Desculpe, garotão. É
questão de segurança. A Union Cave está desabando.
Duke deu um passo a
frente.
– O que aconteceu? – Ele perguntou.
– Ninguém sabe. Ela
simplesmente começou a se desfazer. É muito perigoso entrar lá.
– Senhor!
Um homem ia correndo até
o supervisor da equipe para informar-lhe o que haviam descoberto. O grupo de
jovens, que já se preparava para dar meia volta, parou para ouvir o que ele
tinha a dizer.
– Tem alguém lá dentro.
– E vocês vão salvá-lo,
certo? – Indagou Duke.
O trabalhador balançou a
cabeça em negação.
– Não podemos fazer nada.
Se entrarmos lá, iremos apenas arriscar nossas vidas. Mais pessoas morrerão.
– Então vocês vão
simplesmente deixá-lo morrer?!
Eles baixaram as cabeças.
Duke não podia deixar aquilo acontecer. A caverna estava desabando e uma pessoa
continuava presa lá dentro, provavelmente ferida. Infelizmente, essa história lhe
era muito familiar. Ele não podia deixar que aquilo acontecesse de novo.
– Eu vou entrar.
– Não! – Exclamou Cris, segurando seu braço. –
É muito perigoso! Você pode ser esmagado!
– Estamos tentando ser
heróis, lembra? Eu não posso cumprir minha missão sabendo que deixei uma pessoa
morrer, sendo que poderia tê-la salvado.
– Mas...
– Você devia entender,
Cris. Eu não posso deixar isso acontecer de novo.
A garota o soltou e
alguém pôs a mão em seu ombro. Era Lyra.
– Então, estamos nessa
juntos.
– Isso
aí! – Disse Nate. – Vamos salvar esse cara!
Duke os olhou,
agradecido. Os quatro já formavam um time com uma bela união. Se alguém fosse
se arriscar ou passar por algum desafio, os outros o acompanhavam. Mal dava
para acreditar que Duke tinha conhecido Nate e Lyra há tão pouco tempo e já
confiava tanto neles.
– E você, Cris? Também
vem?
A azulada hesitou, mas
enfim abriu seu sorriso típico.
– É claro que eu vou!
– Vocês não vão a lugar
algum! – Interrompeu o supervisor. – A caverna está desabando! Se entrarem lá,
vão morrer, e ainda colocarão a culpa em nós!
– Nós não vamos morrer –
garantiu Duke.
Aquilo soou tão confiante
e determinado que o homem recuou. Relutante, ele abriu passagem para os jovens.
– Sobrevivam.
Ele só desejava isso para
não ter que arcar com as consequência caso eles falhassem... Bem, não
importava. Aqueles jovens que salvariam o mundo estavam indo salvar uma pessoa
que desconheciam a identidade. Já era o primeiro passo.
Assim que entraram, Nate
ligou sua lanterna e segurou a mão de Lyra para que ela não ficasse com medo da
escuridão da caverna, mas ela estava tão destinada a salvar aquele desconhecido
que parecia ter se esquecido de seu medo. Cris caminhava ao lado de Duke na
intenção de apoiá-lo. O ruivo podia parecer confiante sobre isso, mas no fundo
estava morrendo de medo. Ele sabia que tinha chances de morrer ali e podia
estar levando seus amigos para o mesmo caminho, por isso saber que tinha o
apoio de Cris e dos outros era tranquilizador.
– Ali!
Lyra apontou para alguém caído do chão, não
muito distante deles. Mesmo assim, era possível ver as pedrinhas caindo no
chão, cada vez maiores. A terra tremia, quase derrubando o grupo. Os Pokémons
encontrados na caverna procuravam desesperadamente a saída.
Os jovens finalmente
conseguiram se aproximar do ferido. Não conseguiam distinguir sua aparência
devido à escuridão, a única coisa que conseguiram identificar foi seu cabelo
loiro.
– Você está bem? –
Perguntou Nate.
– Quem... Quem são
vocês...?
– Podemos deixar as
apresentações pra depois – disse Duke. – Vamos tirá-lo daqui.
Ele apoiou o braço do
rapaz em seu ombro e segurou sua cintura para levantá-lo. O loiro o encarou e
disse em tom de súplica:
– Salve meus Pokémons...
Um Sandslash e um Ursaring...
– Nós vamos procurá-los – afirmou Lyra. –
Certo, Cris?
– Certo! Não se preocupem
com a gente, nos encontramos no outro lado!
Assim, as garotas se
afastaram dos rapazes, em busca dos Pokémons do garoto desconhecido.
– Tudo bem. Elas vão
conseguir. Todos nós sairemos daqui – garantiu Duke.
– Cara, eu fico meio
preocupado... – Admitiu Nate.
– Confie nelas.
– Eu confio, mas...
– Ninguém vai morrer
aqui. Ninguém!
De novo, não.
– Vocês são uns malucos – brincou o estranho. –
Bem, acho que sou tão maluco quanto... Ninguém mandou fazer uma exploração
sozinho.
– Exploração? Você é da equipe de exploração
de Blackthorn? – Palpitou o moreno.
– Você é bom. Sim, sou
membro da equipe júnior de exploração...
– Oliver?
–... Nate?
– Pessoal?
Eles podiam botar o papo
em dia depois. Agora estavam num caso de urgência. Pedras maiores começavam a
cair e a terra tremia cada vez mais. Pior: nenhum sinal das garotas. Não podiam
arriscar seus Pokémons os liberando para ajudá-los, e mesmo se o fizessem não
sabiam como eles poderiam ser úteis naquela situação. O jeito era continuar
andando o mais rápido que podiam.
Então, uma pedra enorme
despencou na direção deles.
Nate viu e avisou os
outros dois, que ficaram assustados demais para se moverem. Por sorte, uma grande
serpente de pedra surgiu e ficou em cima deles, levando todo o impacto do
pedregulho, e ainda assim parecia muito bem. Foi incrível como ela chegou no
melhor momento possível.
– Incrível... Um Onix!!
– Fala, amigão! – Cumprimentou-o Oliver. - Bem
na hora.
– Esse Onix é seu?! –
Nate se surpreendeu mais uma vez.
– Sim. Ele costuma sair da
Pokébola por vontade própria. Eu nunca fiquei tão feliz por isso!
O Pokémon se abaixou para
que os três subissem nele. Assim feito, se direcionou a saída rapidamente.
– Espera! – Pediu Nate. –
A Lyra e a Cris estão lá dentro!
Não dava tempo para
voltar. A terra tremeu mais ainda e a Union Cave simplesmente começou a “afundar”.
O Onix levou os garotos para longe dali antes que alguma pedra os pegasse. Uma
enorme cortina de poeira foi levantada, o chão rachou, e árvores foram
derrubadas. Cidadãos de Azalea Town foram para a Rota 33 ver o que havia
acontecido.
– As meninas... – Nate quase
perdeu o fôlego. – Elas...
– Droga! A culpa é toda
minha! – Lamentou-se Duke.
Por sua vez, Oliver olhou
ao redor a procura de algo. Seus Pokémons também estavam na caverna, mas ele
não parecia muito alterado. Quando finalmente avistou o que procurava, cutucou
os outros dois e apontou para lá.
Um buraco se abria no chão, e dele saiu um
Sandslash um pouco arranhado, mas sem ferimentos graves. Ele segurava um boné vermelho
e branco, o qual entregou para Oliver. Logo depois o buraco se abriu um pouco
mais um potente Ursaring saiu de lá, um pouco mais ferido que o Sandslash.
Finalmente, Lyra e Cris saíram do buraco, sujas e com leves arranhões pelo
corpo.
Nate correu para
abraçá-las bem forte. Duke acenou para Cris, mas o que realmente queria era ter
a mesma atitude de Nate.
– Calma, Nate, nós estamos
bem! – Afirmou Lyra.
– Dane-se! Eu pensei que
tinha perdido vocês!
– Eu também te amo,
primo, mas você está nos sufocando!
O rapaz as soltou, ainda
com algumas lágrimas de emoção. Riu um pouco e se desculpou.
– Vocês são demais! –
Oliver correu para abraçar seus Pokémons.
Agora era possível
identificar Oliver. Além do cabelo loiro, ele tinha olhos avermelhados, pele
clara. Vestia um colete azul com colarinho preto sobre uma camisa branca,
bermuda verde, tênis azuis com detalhes vermelhos. Usava também uma gravata
vermelha e agora estava com seu boné bicolor, e carregava uma bolsa vermelha e
branca. Sua perna esquerda estava ferida, tanto que ele ainda mancava. Suas
roupas estavam cobertas de poeira.
– Oliver! – Chamou-o
Nate. – Seu idiota! O que você estava fazendo lá sozinho?! Podia ter morrido! E
ainda se separa de seus Pokémons?! O que deu em você?!
Mesmo levando uma bronca,
Oliver riu.
– Há quanto tempo, Nate.
Nate se calou e sorriu.
– Já faz um tempo, seu
maluco.
– He... Senti saudades, anta.
– Besta.
– Mané.
– Pateta.
Eles pararam de zoar um
ao outro depois de um tempo e começaram a rir.
– Povo de Azalea! –
Gritou Oliver. – Esses quatro amigos se arriscaram entrando na Union Cave mesmo
sabendo que ela iria desabar! E fizeram isso apenas para salvar minha vida e a
dos meus Pokémons! Eu não tenho palavras para descrever minha gratidão! Esses
quatro são verdadeiros heróis!
Os cidadãos aplaudiram,
alguns chegaram a assoviar. Nate, Duke, Lyra e Cris ficaram lado a lado, sem
graça. Aquele foi apenas o primeiro passo. Ainda tinham que salvar toda a
humanidade. Se por salvar apenas uma pessoa e seus Pokémons já lhes dava tantas
palmas, elogios e agradecimentos, e já os deixava tão felizes com eles mesmos,
mal dava pra imaginar como seria quando salvassem o mundo. Mas eles não estavam
fazendo aquilo pelas recompensas. Estavam fazendo aquilo para que as pessoas
que amavam sobrevivessem, assim como as demais pessoas desconhecidas por eles
espalhadas pelo mundo.
– Isso é estranho –
sussurrou Duke.
– É mesmo – disse Nate no mesmo tom. – Mas é
muito bom!
– Não, não isso. A
caverna desabou por nenhum motivo aparente.
– Você quer dizer que... Já começou? –
Perguntou Cris, também sussurrando.
– Eu espero estar errado.
– Eu também – Lyra entrou
na conversa. – Se isso foi só o
começo...
– Então estamos
completamente ferrados – completou Nate.
– Eu ia dizer que
devíamos nos apressar, senhor pessimista.
– Hey, eu estava
brincando! Nós vamos conseguir. Eu sei disso.
Eles iam conseguir. Eles tinham que conseguir. Duke torcia por
isso com todas as suas forças. Se fosse necessário, ele lideraria aquela
missão. Pelo povo de Olivine, pela memória de seus pais, e, principalmente, por
seus novos amigos. Sua nova família.
Mais um bom episódio, gostei deles destemido, arriscarem a vida para salvar um estranho qualquer, mostrando assim que são mesmo heróis, agora têm de evitar que mais coisas dessas voltem a acontecer.
ResponderExcluir"Me segura! que eu estou no chão!, eu estou no chão!" não vai ter tanta graça quando o vídeo que eu estava vendo, mas enfim, resumi o que eu estou sentindo, eu estou no chão com os dois grandes capítulos, eu sei que não comentei no anterior, mas por motivos pessoais, uma viagem, e agora que cheguei estou me atualizando de tudo. Enfim, amei os dois capítulos, melhores seria impossível :3
ResponderExcluirGostei muito do Oliver, e fala para a Cris parar de me confundir :'( uma hora eu a amo, outras eu odeio e.e ... e você sabe disso kkkkkkk
Mas enfim, no próximo dou um super comentário, mas estou com uma pequena pressa :p ... até mais!, continue assim!
Isa-chan, gostei do capítulo!
ResponderExcluirDuke me deixou intrigado com o passado dele, e com certeza teve uma bela atitude querendo salvar o Oliver, mesmo com todo o perigo em volta dele.
Você também me deu um susto me fazendo pensar que a Lyra e a Cris tinham ficado na caverna!
Mas você as libertou com o Sandslash do Oliver!
Por falar nisso, esse Oliver parece ser do bem também, e espero que seja!
Bem, estarei esperando pelo próximo Isa-chan!